Os diagnósticos diferenciais devem incluir: polegar empalmado, ausência ou hipoplasia dos extensores, artrogripose e espasticidade.

Ao examinar o paciente, além do déficit de extensão da interfalângica do polegar (articulação entre as duas falanges), podemos palpar o “nódulo de Notta” na região palmar da metacarpofalângica (base do dedo).

O nódulo, na verdade, é uma proliferação sinovial dentro do tendão e não uma tumoração verdadeira. Não há alteração na polia (como acontece nos dedos em gatilho dos adultos).

Apesar do nome “congênito” significar que o paciente nasce com a deformidade, é raríssimo que o paciente nasça com o dedo travado em flexão. 

Em duas grandes séries de casos, prospectivas, com quase 8.500 pacientes examinados nos berçários, nenhum polegar em gatilho congênito foi observado. Portanto, a evidência da literatura médica favorece que a deformidade seja adquirida e não congênita.

Acontece bilateralmente em 25-33% dos pacientes e já foi relatada em gêmeos idênticos (levando-nos a suspeitar que alterações genéticas possam estar relacionadas).

Tratamento

Ainda que, de tempos em tempos, surgem relatos de resolução espontânea do polegar em gatilho congênito, há consenso na maioria dos trabalhos científicos de que a chance de cura sem tratamento cirúrgico é pequena.

A preocupação é de que, sem o tratamento adequado, o paciente desenvolva uma contratura fixa em flexão da interfalângica e uma hiperextensão da metacarpofalângica.

Não há como se realizar tratamento cirúrgico em crianças sem anestesia geral. Portanto, programa-se uma internação eletiva, com jejum de 8 horas e anestesia geral associada à infiltração local.

A incisão é bastante discreta e utilizamos pontos que não necessitem ser retirados no consultório. O “nódulo” de Notta não deve ser abordado.

Conquanto pareça uma cirurgia simples, há risco de lesão dos nervos digitais, principalmente o nervo digital radial na região proximal da polia P1. Exatamente por isso, o procedimento deve ser realizado por cirurgião da mão experiente em deformidades congênitas.

O resultado funcional costuma ser excelente e há pouca chance de qualquer tipo de complicação. A parte estética, também, fica bastante satisfatória.

Outros dedos em gatilho

Muito raramente, outros dedos podem travar.

A chance de resolução espontânea é mínima. Entretanto, diferentemente do polegar em gatilho, a abertura da polia A1 não pode não resolver o problema e devemos fazer uma via ampla para examinar o dedo e retirar substâncias ou diminuir os volumes dos tendões.