Pulso quebrado: Quando a cirurgia é necessária?
Postado em: 16/09/2024
Fraturas no pulso, ou Pulso Quebrado, são lesões comuns que podem ocorrer em diversas situações, desde quedas simples até acidentes esportivos ou de trânsito.
Embora muitos casos possam ser tratados de forma conservadora, como com imobilização e fisioterapia, em algumas situações, a cirurgia é a melhor opção para garantir a recuperação plena da função do pulso.
Mas como saber quando a cirurgia é realmente necessária? Neste artigo, vou comentar os tipos de fraturas no pulso, os sintomas que indicam a necessidade de cirurgia e as principais técnicas cirúrgicas disponíveis. Continue a leitura para conferir!
O que é uma fratura no pulso?
O pulso é composto por vários ossos pequenos e dois maiores: o rádio e a ulna. A maioria das fraturas ocorre no rádio, particularmente na região distal, mais próxima à mão.
Essa área é mais vulnerável porque absorve grande parte do impacto em quedas, especialmente quando a pessoa tenta amortecer a queda com as mãos estendidas.
As fraturas no pulso podem variar de simples quebras, que permanecem alinhadas, a fraturas mais complexas, onde os ossos se deslocam ou se fragmentam.
É importante lembrar que nem todas as fraturas causam a mesma gravidade de sintomas, mas algumas podem exigir uma abordagem cirúrgica para garantir a cura adequada.
Quais são os sinais de que a cirurgia para pulso quebrado pode ser necessária?
Nem toda fratura no pulso requer cirurgia.
Alguns casos de “Pulso Quebrado“ podem ser tratados com métodos conservadores, como o uso de gesso ou talas, e apresentam bons resultados.
No entanto, certos sinais indicam que a fratura é mais grave e pode necessitar de intervenção cirúrgica. Abaixo estão os principais fatores que indicam a necessidade de cirurgia:
- Deslocamento ósseo significativo: Quando os fragmentos ósseos não estão mais alinhados corretamente, a cirurgia pode ser necessária para reposicioná-los. Fraturas deslocadas têm menor probabilidade de se curar corretamente sem intervenção.
- Fratura exposta: Em casos em que o osso perfura a pele, o risco de infecção é alto, e a cirurgia é quase sempre indicada para limpar a área e reparar a fratura.
- Fraturas cominutivas: São aquelas em que o osso se fragmenta em várias partes. Esse tipo de fratura é mais difícil de curar apenas com imobilização, e a cirurgia pode ser necessária para fixar os fragmentos ósseos.
- Fraturas instáveis: Mesmo quando o osso parece estar alinhado, ele pode não se manter nessa posição, o que torna a fratura instável. Nesses casos, a cirurgia é recomendada para estabilizar os ossos.
- Lesões associadas a ligamentos ou nervos: Se a fratura for acompanhada de lesão nos ligamentos ou nos nervos do punho, a cirurgia pode ser necessária para reparar essas estruturas e restaurar a função do punho.
Quais são as écnicas cirúrgicas para fratura no pulso?
Quando a cirurgia é necessária, existem diferentes abordagens cirúrgicas que podem ser adotadas dependendo do tipo e da gravidade da fratura. A seguir, estão algumas das técnicas mais comuns utilizadas no tratamento do pulso quebrado.
Fixação interna com placas e parafusos
Essa é uma das técnicas mais utilizadas em fraturas instáveis ou cominutivas. Durante o procedimento, o cirurgião realinha os fragmentos ósseos e os fixa no lugar com o auxílio de placas de metal e parafusos.
Esse método oferece uma boa estabilidade e permite uma recuperação mais rápida, já que o osso é mantido firmemente no lugar enquanto cicatriza.
A fixação interna é especialmente útil em fraturas deslocadas ou que afetam a superfície articular do pulso, onde a precisão do alinhamento é crucial para evitar problemas futuros, como artrite.
Fixação externa
A fixação externa é uma opção em casos onde há danos significativos nos tecidos ao redor da fratura, como pele e músculos, ou quando o inchaço é muito grande para permitir a fixação interna imediata.
Nessa técnica, o cirurgião insere pinos nos ossos e os conecta a uma estrutura externa que mantém os fragmentos ósseos no lugar enquanto a fratura cicatriza.
Essa técnica oferece menos invasividade em termos de manipulação interna, mas requer cuidados específicos durante a recuperação para evitar infecções no local onde os pinos são inseridos.
Enxerto ósseo
Em fraturas graves, onde há perda óssea ou quando o osso não está cicatrizando adequadamente, pode ser necessário realizar um enxerto ósseo.
Durante o procedimento, o cirurgião transplanta tecido ósseo de outra parte do corpo ou utiliza enxertos sintéticos para preencher o espaço vazio e estimular a cicatrização óssea.
Artroscopia do pulso
A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva que pode ser utilizada tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de fraturas e lesões no pulso.
Com pequenas incisões, o cirurgião insere uma câmera e instrumentos especiais para reparar fraturas ou danos a ligamentos sem a necessidade de grandes cortes.
A artroscopia é uma excelente opção para lesões mais delicadas, pois permite uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.
Recuperação após a cirurgia
A recuperação de um pulso quebrado após a cirurgia varia de acordo com o tipo de fratura, o procedimento realizado e a resposta individual do paciente.
Em geral, o processo de recuperação pode levar de algumas semanas a vários meses. Durante esse período, é fundamental seguir as recomendações médicas para garantir uma boa recuperação e evitar complicações.
Algumas etapas da recuperação incluem:
- Imobilização inicial: Após a cirurgia, o punho pode ser imobilizado temporariamente para permitir a cicatrização adequada dos ossos e tecidos.
- Fisioterapia: A reabilitação física é essencial para restaurar a força e a mobilidade do pulso após a cirurgia. O fisioterapeuta trabalha com o paciente para melhorar a amplitude de movimento e fortalecer a musculatura ao redor do pulso.
- Cuidados com a ferida cirúrgica: Manter a área da cirurgia limpa e protegida é crucial para prevenir infecções e garantir uma boa cicatrização.
Se você sofreu uma fratura no pulso e está se perguntando se a cirurgia é necessária, consulte um especialista para uma avaliação detalhada. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para garantir uma recuperação rápida e eficaz.
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Dr. Diego Falcochio
Especialista em Cirurgia de Mão e Microcirurgia
CRM 122897 | RQE TEOT 11.487
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