É a segunda artrose mais comum da mão, perdendo apenas para a artrose das interfalângicas distais (articulação perto das unhas) que é a mais comum do corpo humano. Ocorre, comumente, em mulheres entre 50-70 anos, podendo começar mais precocemente. Histórico familiar e trabalhos manuais (como costura, crochê, bordados, pintura, escultura) estão relacionados ao aumento de incidência.

Sintomas

A paciente sente dor “na base” do polegar, com irradiação proximal ou distal. Há perda importante da força, devido à dor e ao enfraquecimento da musculatura tenar (ao redor do polegar). A deformidade acontece nas formas mais avançadas da doença. O principal diagnóstico diferencial é com a Tenossinovite de De Quervain.

Diagnóstico

A confirmação do diagnóstico e classificação do grau de evolução da doença acontecem por meio de radiografias. Raramente, há necessidade de ultrassonografia ou ressonância magnética nas fases iniciais.

Classificação

Eaton e Littler dividiram essa doença degenerativa em 4 graus:

  1. Sem alterações radiográficas. Pode haver, inclusive, um aumento de volume na articulação entre o trapézio e o 1º metacarpiano pela inflamação articular.
  2. Sinais de artrose radiográfica (diminuição do espaço articular, esclerose subcondral e geodos) com osteófito medial menor (<) do que 2mm.
  3. Sinais de artrose radiográfica (diminuição do espaço articular, esclerose subcondral e geodos) com osteófito medial maior (>) do que 2mm.
  4. Artrose da articulação trapézio e o 1º metacarpiano e artrose da articulação proximal do trapézio, com o escafóide.

 Tratamento

O tratamento não operatório (conservador) costuma ter excelentes resultados, na maioria dos pacientes e em quase todas as fases da doença.

É realizado com órtese curta para o polegar, noturna; fisioterapia ou terapia ocupacional para analgesia e fortalecimento da musculatura tenar e um anti-inflamatório na fase inicial. Podemos insistir por longos períodos com esse tratamento e instituí-lo novamente nas recidivas da dor (que são relativamente comuns).

A infiltração pode ser realizada como uma segunda etapa do tratamento, entretanto, como entramos com uma agulha numa articulação pequena e artrósica, costuma ser mais dolorosa do que a realizada para dedos em gatilho e tenossinovite de De Quervain.

O tratamento cirúrgico está indicado nos casos refratários ao tratamento descrito acima, ou quando as recidivas são frequentes e o período indolor é curto.

Para os pacientes com graus 2 e 3 de Eaton e Littler há uma série de procedimentos diferentes que podemos fazer. Para pacientes jovens que precisem de força, a artrodese trapézio-1º metacarpiano é uma opção (não pode ser realizada nos pacientes com grau 4, uma vez que têm artrose com a articulação proximal à artrodesada).

A artroscopia para resseção parcial do trapézio, realizada com técnica de distração (fio de Kirschner ou dispositivo tipo “minitight rope”) tem ganhado popularidade. Com o último dispositivo, tem-se incentivado mobilidade precoce e retorno mais rápido às atividades do dia-a-dia.

Retirar-se todo o trapézio e realizar a técnica do “hematoma” é possível e há alguns trabalhos na literatura médica que afirmam ser comparável à reconstrução ligamentar.

 

Pode-se retirar todo o trapézio e se confeccionar um ligamento com uma tira do tendão flexor radial do carpo ou abdutor longo do polegar (minha preferência). Em muitos casos, com essa técnica, o polegar fica estável e a fixação provisória com fio de Kirschner fica dispensada.

Independente da técnica, leva-se algumas semanas para se recuperar a mobilidade e a força melhora após 6-18 meses de pós-operatório. A dor melhora muito antes do ganho de força.

Em raros casos, há necessidade de se revisar a cirurgia, exceto nos casos de artroplastia, quando a necessidade aumenta muito. Na Europa é bastante comum se realizar uma prótese para o problema. Todavia, sua eficácia não ficou comprovada como melhor do que qualquer das outras técnicas.