É formado por: ligamentos rádio-ulnares volares e dorsais, disco articular, assoalho do 6º compartimento extensor, ligamentos ulno-carpais volares e menisco homólogo. Apesar de ter diversas funções, manter um movimento de pronossupinação estável e proteger a região ulnar do carpo são as principais delas.

O texto ficaria muito maçante, se nós tivéssemos os detalhes da anatomia e classificações para as lesões do CFCT, como o cirurgião da mão deve conhecer. Portanto, vamos ao que interessa aos pacientes.

Após um trauma com a mão apoiada e rotação do antebraço, uma dor na região do punho passa a incomodar o paciente. 

Pode haver edema, aumento de volume e calor local. Há perda de força e destreza quando o punho é solicitado.

Quando o paciente procura assistência médica, a instabilidade da articulação rádio-ulnar distal pode não ser evidente, devido à força dos estabilizadores secundários ou contratura antálgica da musculatura ao redor.

Algumas vezes, em pacientes acima de 50-60 anos de idade, sem história de trauma que chame a atenção, podemos encontrar uma dor bastante parecida, entretanto, sem instabilidade da Arud.

Todas as causas de “dor ulnar do punho” devem ser consideradas e avaliadas no exame físico e exames complementares. A tendinite do extensor ulnar do carpo, geralmente, está presente nos casos de lesão do CFCT, já que funciona como estabilizador da região.

Fraturas da região do estilóide da ulna podem levar à instabilidade da região, caso o fragmento do estilóide carregue as inserções ligamentares do CFCT.

Radiografias e ressonância magnética do punho são os principais exames a serem realizados.

Perfurações centrais no CFCT são, comumente, alterações degenerativas e podem estar associadas a lesões cartilaginosas do semilunar, piramidal e cabeça da ulna.

Lesões por avulsão ligamentar na região radial do complexo são bastantes raras e difíceis de tratamento.

As avulsões (arrancamentos) ulnares são relativamente comuns e merecem nossa atenção, devido ao grande potencial de não cicatrização. O tratamento conservador, consiste em uso de órtese com bloqueio da pronossupinação, analgesia e posterior reabilitação.

Contudo, devido à pequena área de contato do CFCT com sua inserção ulnar, pode não acontecer a cicatrização dos ligamentos.

Nestes casos, a instabilidade do punho fica mais evidente e a dor não melhora, mesmo com a reabilitação. Então, está indicado o reparo desta lesão, cirurgicamente.

A artroscopia do punho é o método de escolha para a avaliação e reparo da maioria das lesões do complexo da fibrocartilagem triangular. Com vias (portais) muito pequenas, permite o melhor acesso e exame da região (com os testes do “trampolim” e do “gancho”). Quanto à técnica a ser utilizada, diversas delas se mostraram eficazes e não há diferença quanto aos resultados finais, nem quanto ao pós-operatório.

Após esta cirurgia, a mobilidade para pronossupinação completa fica limitada por 6 semanas, período em que o paciente deve realizar reabilitação com terapeuta da mão ou fisioterapeuta.